quarta-feira, 29 de julho de 2015

História da igreja - I.T.Q Vespasiano - 3º ano teológico - Alunos de Sábado à tarde e à distância - 2015

                           A Igreja Primitiva
                             A história e doutrina da Igreja Primitiva
                                              Autor desconhecido
          Como o cristianismo primitivo foi destruído por Constantino
O cristianismo era como um tesouro precioso que os apóstolos encomendaram a outros homens de alta confiança, cheios do Espírito Santo. A igreja primitiva salvaguardou este tesouro precioso dentro de uma fortaleza inexpugnável, fortificado depois por quatro muros altos. Estes muros eram:
1. Nenhuma revelação nova.
Era difícil que uma doutrina nova conseguisse estabelecer-se porque a igreja primitiva tinha a firme crença de que não receberia nenhuma nova revelação depois do tempo dos apóstolos. Ademais, mantinham um espírito muito conservador. Criam que qualquer mudança de doutrina os envolveria imediatamente no erro. Gálatas 1:8-9
2. A separação do mundo.
A separação da igreja do mundo protegia à igreja da influência das correntes de atitudes e práticas mundanas. 1º Cor.5:1-13
3. O recorrer às igrejas apostólicas.
A prática voluntária de recorrer com qualquer pergunta aos anciãos das igrejas onde tinham ensinado os apóstolos assegurava a igreja à tradição apostólica. 1º Cor.6:1-20
4. A independência de cada congregação.
Se surgia uma doutrina falsa, era difícil que se disseminasse por toda a igreja primitiva porque cada congregação se administrava independente das demais Enquanto estes quatro muros ficavam intactos, o cristianismo puro dos apóstolos ficava seguro de grandes contaminações.Quiçá com o percorrer dos anos estes muros se tivessem destruído eles mesmos. Nunca o saberemos, porque se derrubaram com grandes golpes primeiro.
Não digo que os muros se derrubaram sob os golpes da perseguição Ao invés, através de quase trezentos anos,Satanás dava à igreja primitiva um golpe de perseguição depois de outro. Mas os muros altos que protegiam à igreja primitiva não renderam quase nada.O verdadeiro é que o fogo da perseguição refinava à igreja primitiva,separando a escória do ouro espiritual.
Parece que depois de três séculos, Satanás se deu conta de que não podia destruir à igreja primitiva com a perseguição. Quando mudou de tática, dentro de poucos decênios fez o que não tinha podido fazer durante todos aqueles trezentos anos. Agora ao invés de usar os golpes brutais, usava a persuasão lisonjear para destruir o cristianismo desde adentro dos muros. Faz-me pensar de uma das fábulas de Esope que li quando era moço:  Palavras do autor deste trabalho ! Um dia o sol e o vento discutiam quem deles era o mais forte. Quando nenhum dos dois se rendeu depois de muita discussão, o sol propôs uma prova. O que ganhasse  a prova seria tido como o mais forte. Vendo a um homem com um casaco de lã que caminhava por um caminho no campo, o sol propôs que cada um deles trataria de fazer que o caminhante se tirasse o casaco. O vento esteve de acordo. O sol lhe convidou a ser primeiro,enquanto ele se retirou por trás de uma nuvem.
O vento desencadeou toda sua força, dando contra o caminhante com tanto impulso que quase lhe derrubou. Mas o caminhante,inclinando-se contra a força do vento, lutava por seguir seu caminho. E ainda que o vento dava com mais e mais força, o caminhante conseguiu manter-se de pé, e só estreitou seu casaco contra seu peito. Ao fim, ofegando e fatigado, o vento se rendeu.     Depois o sol saiu de por trás da nuvem e ternamente esquentou ao caminhante com seus raios delicados. Dentro de poucos minutos, o caminhante tirou o casaco.      Assim mesmo, quando Satanás tratou de vencer ao cristianismo a pura força, fracassou do tudo. Mas quando mudou de tática e o adorno de honras, obséquios e palavras lisonjearas, a igreja primitiva rendeu se cedo. 1º Cor 5:6
Uma mudança de ênfase: da vida piedosa à doutrina
Como disse anteriormente, do segundo século ao terceiro tinha pouca mudança nas crenças fundamentais da igreja. No entanto, algo ia mudando. Para a metade do terceiro século, a igreja tinha perdido a pureza de sua vitalidade espiritual. Muitos cristãos começavam a adotar as modas imodestas dos mundano se enredavam cada vez mais na busca das riquezas E mais cristãos negavam ao Senhor quando defrontavam com a perseguição. Enquanto a igreja primitiva ia perdendo sua vitalidade espiritual,reforçava mais e mais sua estrutura eclesiástica. Por exemplo, mais e mais ênfase se dava à autoridade dos bispos. E não só isso, o bispo de Roma começava a afirmar que ele tinha autoridade sobre as demais igrejas.
Disse-se que “o patriotismo é o último refúgio do sem vergonha” Quando falamos do cristianismo, a teologia é o último refúgio da igreja débil. A teologia não exige nada de fé nada de amor, nada de sacrifício. O “cristão” que carece de uma fé verdadeira e uma relação vital com Deus pode afirmar que crê uma lista de doutrinas, o mesmo que pode o cristão forte e espiritual.
Enquanto a igreja primitiva ia perdendo vigor, dava mais e mais ênfase à doutrina. Para os fins do terceiro século, depois de bastante tempo sem perseguição, começaram a surgir cada ano mais rinhas sobre pontos de doutrina entre as diferentes igrejas. O historiador da igreja, Eusébio, contemporâneo desta época, escreveu da situação triste em que se encontrava a igreja: “Por causa da grande liberdade [outorgada pelo governo], caímos na preguiça. Tivemos inveja e falamos mal  uns dos outros. É quase como se tomássemos armas uns contra os outros, porque os anciãos atacavam a outros anciãos com suas palavras como se fossem lanças, e o povo se dividia em diferentes bandos.” Como resultado, a igreja não estava preparada espiritualmente para a grande onda de perseguição que se estourou contra ela no princípio do quarto século. Esta perseguição, ainda que severa, não durou muito.Os primeiros decênios do século quatro trouxeram grandes mudanças à igreja. Estas mudanças ameaçavam a vida da igreja mais do que a perseguição jamais a tinha ameaçado.
      Como Constantino tratou de cristianizar o império
Desde o tempo do imperador Nero do primeiro século, não tinha nenhuma dinastia permanente de imperadores romanos. Ao invés, um imperador reinava um tempo e depois era derrotado por outro. No ano 306 d.C., quatro rivais compartilhavam a autoridade imperial de Roma. Severo reinava sobre Itália e África do Norte. Constantino reinava em Bretanha e Gália. Dois outros compartilhavam o império oriental. Quando Severo foi destronado por outro rival chamado Majencio, Constantino se declarou o único imperador legítimo do império ocidental.
Constantino era líder bastante hábil, um homem de decisão e de ação, capaz tanto de inspirar ao povo como também de organizá-lo Pouco depois de declarar-se o único imperador legítimo do ocidente, começou a cruzar os Alpes para assaltar a Roma e destronar a Majencio. Depois de ganhar uma série de vitórias Constantino começou a última fase da marcha a Roma  no ano 312. Enquanto se acercava a Roma, teve uma experiência que ia ter um impacto profundo na história do cristianismo e do mundo inteiro.
Eusébio, o historiador eclesiástico, uns anos depois escreveu do que Constantino relatou de sua experiência aquele dia. “O disse que passado meio dia, quando o dia começava a declinar, viram seus próprios olhos o sinal de uma cruz de luz no céu, acima do sol, na que estava esta inscrição: ‘Por este sinal, vencerás’.” Constantino disse que depois teve um sonho em que Cristo lhe disse que fizesse um estandarte militar na forma de uma cruz. Este estandarte lhe brindaria proteção em todas as batalhas contra seus inimigos. Guiado por estas experiências, Constantino ordenou que lhe fizessem um estandarte especial. Tinha uma lança dourada vertical,cruzada por uma barra horizontal  para formar uma cruz. Uma coroa de ouro, enfeitada com joias, estava colocada em cima da barra transversal, e embaixo estavam escritas as iniciais de Jesus Cristo
Levando este estandarte à batalha, os exércitos de Constantino venceram completamente aos exércitos de Majencio,cerca da ponte Mílvio, com três quilômetros fora da cidade de Roma. Assim é que quando Constantino se fez o único imperador do império ocidental, atribuiu sua vitória ao Deus dos cristãos
A relação de Constantino desde este momento com a igreja se pode entender só se entende a relação que os imperadores romanos  tinham tido com a religião de seus súbditos. Os romanos sempre eram muito religiosos, e sempre atribuíam seu sucesso e prosperidade aos deuses que os abençoavam. A religião no império romano era assunto público, e sempre se entrelaçava com o estado. Orações e sacrifícios se faziam aos deuses nas festas do povo, e a adoração aos deuses nestas ocasiões se considerava a obrigação de todo patriota. Ofender aos deuses era delito contra o estado.
Constantino creu que em verdade o Deus dos cristãos lhe tinha dado a vitória, e que esse mesmo Deus protegeria sempre ao império... com a condição que os imperadores lhe adorassem e a igreja lhe fosse fiel. Por esta razão, Constantino começou a dar bênçãos à igreja e a seus líderes. Unindo-se com o imperador do oriente, promulgou o edital de Milão em 313. Este edital afirmou: “[Resolvemos] outorgar tanto aos cristãos e a todos os homens a liberdade de seguir a religião de sua consciência, para que todas aquelas deidades celestiais que existissem possam inclinar-se a nosso favor e ao favor de todos aqueles que vivem sob nosso governo.
Notemos que Constantino não fez do cristianismo a única religião oficial do império romano. Singelamente reconheceu que a religião cristã era uma religião legítima igual às demais religiões do império. Com tudo, o cristianismo agora era a religião do mesmo imperador, e por isso gozava a mais prestígio do que as religiões pagãs. Muitos templos da igreja primitiva se tinham destruído na perseguição que teve antes que ascendesse Constantino ao trono. Por isso Constantino ordenou que os voltassem a construir, pagando os gastos do cofre público.Também começou a pagar aos anciãos da igreja um salário com dinheiro estatal, e fez leis que eximiram aos líderes da igreja de qualquer serviço obrigatório do estado. Isto fez Constantino porque queria que os bispos e diáconos dedicassem seu tempo e energias a suas congregações. Cria que uma igreja próspera assegurava a bênção de Deus sobre o império. Constantino também levantou aos cristãos a posições proeminentes em seu governo e escolheu a muitos de seus ministros de estado de entre os cristãos. Até pediu que os bispos cristãos acompanhassem a seus exércitos às batalhas para que tivessem a bênção de Deus .
         Os muros de proteção começam a derrubar-se
Por dois séculos e meio, o cristianismo tinha mudado muito pouco. Quatro muros altos o tinham protegido de grandes mudanças.Mas o muro a mais afora, o muro de um espírito muito conservador que não permitia nenhuma mudança, agora era ameaçado.Antes disto, qualquer doutrina ou prática nova se tinha recusado de imediato pelos líderes da igreja. Mas depois da “conversão” de Constantino, a igreja começou a examinar de novo sua atitude que condenava qualquer mudança como a introdução do erro.
Por exemplo, a igreja primitiva sempre tinha dito que era prática herege pagar um salário a seus bispos e anciões. Mas quando Constantino ofereceu pagar os salários, a igreja reconsiderou sua posição e decidiu aceitar a oferta. A igreja começou a dizer que uma nova era tinha amanhecido para o cristianismo, e que as normas antigas já não tinham que se seguir. Muitos cristãos agora diziam que Deus mesmo tinha mudado as normas. Eusébio escreveu: “Tem que tomar em conta tudo aquele que considera a fundo estes Atos que apareceu uma era nova e diferente na história da igreja primitiva. Uma luz antes disto desconhecida começou a alumiar nas trevas da raça humana. E todos temos que confessar que estas coisas são só a obra de Deus, quem levantou a este imperador piedoso para combater a multidão dos incrédulos.”
Quando descreve como Constantino convidou aos líderes da igreja a suas câmaras privadas para que se socializassem com ele, Eusébio se parece mais a um menino ingênuo do que a um líder formal da igreja “Os homens de Deus entraram sem temor nas câmaras reais mais privadas. Ali comiam alguns à mesma mesa do imperador, e outros se reclinavam nos divãs a ambos os lados.Um tivesse podido pensar que se formava um quadro do reino de Cristo dado em figuras—um sonho mais bem do que a realidade.”O muro exterior que tinha protegido à igreja já estava rompido.Já não criam mais os cristãos do que qualquer mudança os envolveria no erro. Ao invés, a igreja começou a crer que a mudança podia trazer um melhoramento. Diziam que talvez o cristianismo dos apóstolos não era a cume do cristianismo,senão só o princípio. Até começaram a crer que Deus agora podia dar novas revelações. Os cristãos agora criam que a profecia de Ageu a respeito do templo que edificava Zorobabel podia aplicar-se à igreja: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos exércitos.” (Ageu 2.9). Segundo eles, a igreja estava por atingir novas cumes.
    Como a amizade com o mundo arruinou à igreja primitiva
A o próximo muro que começou a derrubar-se era ele da separação com o mundo, e este cedo se destruiu por completo.  A igreja era como uma jovem ingênua apaixonada com um noivo novo. O mundo quis a amizade da igreja, e a igreja não viu nenhum inconveniente em tal amizade. Pela primeira vez na história ser cristão dava prestígio social. E até preferência se dava aos cristãos quando se escolhiam aos oficiais do estado.  No entanto, esta amizade com o mundo corrompeu o coração da igreja. Quando Constantino começou a fazer leis para cristianizar à sociedade, cedo desapareceu a distinção entre os cristãos e os mundanos. Antes disso, tinha muito pouco que atraía a um incrédulo à igreja senão só a fé em Deus. Os que se convertiam na prosperidade se provavam nos tempos de perseguição e se não eram sinceros, saíam-se da igreja. Poucas pessoas não regeneradas em realidade se atreviam a ficar na igreja Mas agora que o cristianismo dava prestígio social,muitos entravam na igreja. Muito cedo, o nome “cristão”não significava nada. Só indicava que uma pessoa afirmava mentalmente que aceitava o credo cristão e que tinha recebido os sacramentos da igreja.
Tão cedo como a igreja se fez amiga do mundo, começou a atuar como o mundo. Isto não se podia evitar, já que o mundo não pode atuar como Deus o quer,requer o poder de Deus. E a multidão não regenerada,ainda que chamados cristãos, não tiveram o poder de Deus. Ademais, nem desejaram atuar segundo a vontade de Deus, já que a vontade de Deus exige muita paciência, a vontade de sofrer, e uma plena confiança nele.
“¡Os desafiamos a que nos persigam!”Ao princípio, os novos métodos do mundo pareciam mais eficazes do que os métodos antigos. Por exemplo, a igreja mudou de método em responder à perseguição ou oposição que vinha do governo. Antes que isto, os cristãos se tinham escondido de seus perseguidores, ou tinham fugido. Mas agora, a multidão de gente não regenerada não estava disposta a aceitar a opressão, ou a tortura, ou até a morte—sem defender-se.
Por exemplo, quando o filho de Constantino mandou a um de seus generais a Constantinopla para depor ao bispo da igreja ali, a congregação fez um tumulto. Durante a noite, enquanto dormia o general, atacaram a casa onde se hospedava,prendendo-lhe fogo. Quando ao fim correu o general da casa,meio aturdido pela fumaça, jogaram-lhe mão. Arrastaram-no pelas ruas da cidade e de modo selvagem o golpeavam até dar-lhe morte. E isto não era caso único; era o normal quando o governo se opunha à igreja. O caráter da igreja tinha mudado.
               Como impunham silêncio aos hereges
O mundo também tinha outro modo de tratar aos hereges.Constantino raciocinou que a igreja seria mais saudável se não tivesse hereges para enganar à gente. Por isto dispôs usar seu poder para eliminar aos hereges por meio do edital que dou a seguir:
“Compreendam agora, por meio do presente estatuto, vocês que são novacianos, valentines, marcionitas, paulicianos, e montanistas e todos os demais que criam e apoiam as heresias por meio de suas assembleias privadas… que suas ofensas são tão abomináveis e completamente infames que um dia não bastaria para numerá-las todas… Já que não é possível dar mais lugar a seus erros mortais, com o presente lhes advertimos que desde o dia de hoje se lhes proíbe reunir-se. Demos a ordem que seus templos lhes sejam tirados. Proibimos-lhes terminantemente que se façam mais suas reuniões supersticiosas e insensatas, não só em lugares públicos, senão também em casas particulares, ou em qualquer lugar.”
Poucos decênios antes disso, tinha sido um delito ser cristão.Agora era um delito ser herege. E a igreja aceitou esta mudança sem sequer um murmúrio de protesto. Era bastante difícil disputar com os hereges. Era bem mais fácil usar da autoridade do estado para impor-lhes silêncio.
Mas cedo vários grupos dentro da igreja qualificaram a outros grupos como hereges, e usaram a espada  uns contra os outros. Com o tempo, muito mais cristãos se mataram entre si que os que tinham morrido pela espada dos romanos na época da perseguição. Sim, mais cem vezes.Ainda que é triste dizê-lo, quando os exércitos muçulmanos invadiram ao Egito no ano 639, muitos cristãos lhes deram as boas vindas como a libertadores. Sua vida era muito mais fácil sob o governo dos muçulmanos que tinha sido sob a mão de seus colegas cristãos.
       O evangelismo por meio de arquitetura deslumbrante
Ao princípio, os cristãos celebravam seus cultos em casas privadas (Romanos 16.5). Quando as congregações cresciam,convertiam casas em salões de reunião e os chamavam “casas de oração”. Ninguém se atraía à igreja primitiva pela arquitetura de seus templos, senão pelos ensinos e as vidas piedosas do povo que constituía a igreja. No entanto, Constantino raciocinou que mais pessoas seriam atraídas ao cristianismo se os templos fossem mais impressionantes. Por isto, com dinheiro do estado, ele edificou templos deslumbrantes que competiam em magnificência com os templos pagãos. Os novos templos tinham colunatas impressionantes e tetos abovedados. Muitos deles tinham até fontes de água e andares elegantes de mármore. Constantino queria que nenhum pagão passasse por um templo cristão sem que se acordasse nele o desejo de olhar por dentro.Sua ideia resultou muito bem. Os pagãos se atraíam aos novos templos magnificentes e como resultado, milhares deles “se converteram”.
    Ao invés de levar a cruz, os cristãos agora vendiam a cruz
Cedo a mãe de Constantino, Helena, aproveitou-se das circunstâncias Fez uma viagem a Jerusalém e disse ter descoberto o sepulcro de Jesus. Disse ademais do que achou três cruzes dentro do sepulcro, mas que não sabia qual era de Jesus. Assim é que levou as três cruzes a uma mulher mortalmente enferma, quem ao tocar a cruz de Jesus se curou. Assim começou uma onda de mania pelas relíquias
Daqui a pouco, as relíquias apareciam por todos os lados: os ossos dos profetas, os bocados da cruz, alguma prenda do vestido dos apóstolos, e outras coisas mais. Milhares de pessoas testemunharam ter-se curado de suas doenças por tocar a tais relíquias, ou ainda por só vê-los. E em pouco tempo, os negociantes estavam fazendo bons ganhos, vendendo tais relíquias supersticiosas.
Para os fins do sexto século, uma dama nobre pediu a Gregório então o bispo de Roma, que lhe mandasse a caveira do apóstolo Paulo para que ela a colocasse na igreja que estava edificando para honrar ao apóstolo. Gregório respondeu numa carta,dizendo: “Lamento que não posso fazer o que você me pede. Não me atrevo a fazê-lo. O corpo de São Pedro e de São Paulo produzem tão grandes milagres e terrores em suas igrejas que  não pode sequer acercar-se a orar ali sem encher-se de grande temor.” Gregório seguiu dizendo que um sacerdote tinha caído morto quando por acaso tinha tratado de mover dos ossos de Paulo.
Gregório seguiu em sua carta: “Deve saber que não é costume dos romanos, quando dava alguma relíquia dos santos,atrever-se a tocar qualquer parte do corpo [do santo]. Ao invés disso,uma tela se põe dentro de uma caixa e se coloca cerca do corpo sagrado do santo. Quando se levanta [a tela], deposita-se com a reverência devida na igreja que vai dedicar. Os efeitos produzidos por este depósito são tão poderosos como se tivessem levado o mesmo corpo a esse lugar especial.” Gregório seguiu dizendo que um bispo romano tinha cortado com uma faca uma destas telas benditas e da tela tinha saído sangue.
A via para atingir o coração do pagão é através de seu estômago
O povo de Roma não se deleitava em nenhuma outra coisa tanto como nos banquetes. A igreja primitiva tinha tido o costume de recordar aos mártires da igreja cada ano no aniversário de sua morte com uma “comida fraternal” e um culto comemorativo. Agora alguns cristãos inovadores se deram conta de que poderiam atrair aos incrédulos à igreja se estas comidas fraternais fossem convertidas em festas para todo o povo. A idéia resultou muito bem, e muitos povos inteiros “se converteram” ao cristianismo desta maneira.
                 Não indica o crescimento a bênção de Deus?
Tendo aceitado o fazer mudanças, como podia a igreja primitiva saber se Deus aprovava as mudanças? A resposta era fácil: para eles o crescimento indicava a bênção de Deus. O cristianismo tinha crescido rapidamente pelos primeiros três séculos, mas depois da conversão de Constantino a igreja cresceu bastante da noite para o dia. Para o tempo do edital de Milão (313 d.C.), provavelmente uma décima parte do império romano se tinha convertido ao cristianismo. Mas isso tinha levado quase trezentos anos. Agora, dentro de menos de cem anos depois do edital de Milão, quase todas as demais pessoas “se converteram”.A igreja cria que este crescimento rápido indicava que Deus aprovava as mudanças que se estavam fazendo. Quando aceitaram essa ideia, a igreja cedo adotou qualquer prática que trouxesse mais crescimento. Por exemplo, introduziram o uso das imagens na igreja, uma prática abominável para os primeiros cristãos.
Dois dos muros que tinham protegido ao cristianismo primitivo ficaram completamente destruídos. Só dois ficaram:(1) o referir os problemas às igrejas apostólicas, e (2) a independência de cada congregação. Sem sabê-lo, Constantino derrubou estes dois muros restantes com um só evento: o concílio de Nicea.

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sexta-feira, 24 de julho de 2015

História da igreja - I.T.Q Vespasiano - Alunos de Sábado à tarde e à distância - 3º ano teológico - 2015

         PERÍODOS GERAIS De forma geral a história da igreja está organizada em seis grandes períodos:Ø Apostólico (pentecostes até cerca de 100 AD)Ø Era das Perseguições ( 100 a 313 d.C)Ø Imperial (313 a 476 d.C)Ø Idade Média ou Igreja Medieval (476 a 1453 d.C)Ø A Reforma (1453 a 1648)Ø Cristianismo Moderno (de 1648 até início do séc. 20)
       CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS Cada um, ao seu tempo, pela providência divina, criou as condições da sociedade em que o Cristianismo apareceu realizando as suas primeiras conquistas.1. Os Romanos  a) Contribuíram com a unificação dos povos.b) Com a Pax Romana (29 a.C a 180 d.C).c) Intercâmbio entre os povos.2. Os Gregos  a) Contribuíram com a filosofia.b) Influenciaram os povos a pensar.c) Com uma língua universal.3. Os Judeus.  a) Mordomos da verdadeira religião.b) Contribuíram com livros inestimáveis.c). Com a diáspora.
     PRIMEIROS FATOS (da ascensão de Cristo a pregação de Estevão 30 a 35)A Igreja de Cristo iniciou sua trajetória com um movimento de caráter mundial, no dia de Pentecostes (LerAt 2.1-6; 41-47), cerca do ano 30, no fim da primavera, em Israel. Na cidade de Jerusalém começa a trajetória histórica da Igreja.Ø Primeiras conversões, movimentos de evangelização;Ø Instituição do diaconato (Ler At 6. 1-7);Ø Primeira perseguição culminando com o martírio de Estevão (Ler At 7. 54-60) ;F Observa-se nesse tempo a falta de expansão missionária. A igreja permanecia em seu próprio território quando deveria avançar com a evangelização.
        A EXPANSÃO DA IGREJA(do martírio de Estevão ao concílio de Jerusalém 35 a 50 )Nessa época decidiu-se uma importante questão: O cristianismo continuaria como seguimento judaico ou abriria suas portas para todas as raças (Concílio de Jerusalém - Ler At 15. 1-19).A igreja nesse tempo estava restrita a Jerusalém e aldeias vizinhas, seus membros    eram judeus ou prosélitos. Em 50 d.C. a igreja estava estabelecida  na Síria, Frigia, Ásia Central e Europa.
    PRINCIPAIS FATOS:Ø Diáspora cristã judaica. Nesse tempo o evangelho chega a Antioquia da Síria cerca de 480 km de Jerusalém;Ø Conversão de Saulo, (Ler At 9. 1-9);Ø O evangelho chega ao gentio Cornélio (Ler At 10. 9-15 e 11.17);Ø Integração de Paulo na Igreja de Antioquia (At. 11. 25,26);Ø Separação e envio dos primeiros missionários (At 13. 2,3);Ø Evangelização de grandes cidades e centros urbanos (At. 13 e 14): Antioquia, Lista, Derbe, Listra, Icônio, Salamina etc.    A IGREJA ENTRE OS GENTIOS (do concílio em Jerusalém ao martírio de Paulo 50 a 68)Para conhecimento sobre os acontecimentos dos 20 anos posteriores ao concílio de Jerusalém dependemos do livro de Atos, Epístolas de Paulo e, talvez, o primeiro versículo da primeira carta de Pedro, que se refere,possivelmente, a países visitados por ele. Nesse tempo foram escritos a maior parte dos livros do NT. PRINCIPAIS FATOS:F A obra missionária alcança todo Império Romano – “o campo é o mundo“ conforme Mt 13, para a igreja da época.F 2ª e 3ª viagens missionárias de Paulo e sua equipe. O evangelho chegou a Europa, através da cidade de Filípos,(At 16). Os principais líderes do período foram: Paulo,Pedro e Tiago.F Acontece a primeira perseguição imperial, 64 d.C. O Imperador Nero, lança sobre os cristãos a culpa pelo incêndio de Roma, 18 de julho 64 d.C. Milhares foram presos, torturados e mortos. Entre esses, Pedro (67) e Paulo (68 d.C).
      Morte de Pedro,crucificado de cabeça para baixo, por se achar indigno de ter uma morte igual ade Cristo (amando de  Nero). “Também o apóstolo Paulo sofreu sob esta primeira perseguição sob Nero. [...] Os soldados chegaram e o tiraram da cidade para o lugar das execuções, onde, depois de ter orado, deu seu pescoço à espada.” (O Livro dos Mártires) e Tiago foi apedrejado depois de ser jogado do alto do templo A ERA SOMBRIA (do martírio de Paulo até a morte de João 68 a 100 d.C)A última geração do primeiro século, a que vai do ano 60 ao 100 AD, chamamos de "Era Sombria", em razão de astrevas da perseguição estarem sobre a igreja. Nesse momento foram escritos os últimos livros do NT. Entretanto a formação do Novo Testamento com os livros que o compõe, como cânon, não foi imediata. Algumas Igrejas aceitavam somente alguns livros como inspirados e outras igrejas, livros diferentes. Gradualmente os livros do Novo Testamento, tal como usamos hoje, conquistaram a proeminência de escritura inspirada .  No fim da era apostólica encontramos luz e sombras misturadas nos relatos que se referem a igreja. As normas de caráter eram elevadas, porém o nível da vida espiritual era inferior ao que se manifestava nos primitivos dias apostólicos.Neste período (80 d.C) Domiciano proibiu totalmente o culto cristão e renovou o decreto que obrigava todos a cultuarem o imperador.Nesta fase as igrejas da Ásia muito sofreram vitimando por exemplo o apóstolo João, que foi enviado de Éfeso a Roma,onde se afirma que foi lançado num caldeiro de óleo fervendo. Escapou milagrosamente, sem dano algum.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

História da igreja - I.T.Q Vespasiano - Alunos de Sábado à tarde e à distância - 3º ano teológico - 2015

                                                        

               O AUTOR: PROF. DIONÍSIO HATZENBERGER

                                                       Cristianismo nos séculos XIX e XX

                                                           SÉCULO XIX

Com certeza a descoberta (ou afirmação) da ciência ocupou o espaço de grandeza ou novidade deste século, ou melhor, de todo este início do período que chamamos de Contemporâneo . Os seres humanos - ou pelo menos aqueles que tinham condições concretas para isto – encantaram-se com seu próprio saber, seu próprio conhecimento acumulado e como este poderia vir a ser metodológico, e grande parte da intelectualidade ocupava-se da construção destes processos e metodologias do saber, difundido como “ciência”. Os “Homens cultos do período não estavam apenas orgulhosos de suas ciências, mas preparados para subordinar todas as outras formas de atividades intelectuais a ela.”
Muitas foram as descobertas e as novas terminologias utilizadas por esta classe de novos intectuais 'científicos' que surgia:
“(...)As palavras- chave da filosofia e ciência em meados do século passado eram “natureza”, “meio ambiente”, “história”, “evolução” e “crescimento”. Marx havia dito que a consciência humana era um produto da base material de uma sociedade. Darwin mostrou que o homem era produto de uma longa duração biológica e o estudo de Freud sobre o inconsciente deixou claro que as ações dos homens freqüentemente são devidas a certos impulsos ou instintos “animais”, próprios de sua natureza(...)”
Devemos nos situar, percebendo que o mundo da fé deste momento já não era mais monopolizado pela Igreja Católica, a Europa já havia passado por quase dois séculos de modificações protestantes. Estava repleto de igrejas nacionais, igrejas protestantes independentes, grupos e instituições de fins missionários protestantes levavam esta nova fé a muito povos que logo deixavam de ser Católicos, Ortodoxos, etc. Porém podemos perceber que os reflexos destas novas teorias (evolucionismo, antropocentrismo, etc) que se difundiram, foram o mais diversos, dependendo da instituição. No caso da Igreja católica:
“(...)A Igreja (Católica) protestou veemente e a ciência na Inglaterra se dividiu. Na verdade isso já era de se esperar, pois Darwin sempre tinha contestado o fato de se atribuir a Deus o ato da criação. Alguns poucos fanáticos, porém, chegaram a afirmar que seria um feito ainda maior criar algo que já trouxesse dentro de si a possibilidade latente de evoluir,em vez de criar para todo o sempre alguma coisa pré estabelecida em todos os seus detalhes(...)”
É bom frisar que quando Jostein Gaarden, na afirmação acima, diz que 'alguns fanáticos', apesar de tudo, defendiam a criação como um ato divino e apresentavam tudo quanto se descobria como mais uma prova da sabedoria divina, precisamos considerar que estes 'fanáticos' não eram tão poucos assim e que naquele período a explicação 'teológica' do mundo estava muito presente no meio da intelectualidade.
“(...)Em muitos círculos de estudiosos na época de Darwin era corrente a suposição de que Deus teria criado a terra havia cerca de seis mil anos. E as pessoas tinham criado esse número contando todas as gerações desde Adão e Eva até o presente(...)”
Fato é que as afirmações de Darwin, foram seguidas de ataques a fé feitos por muitos outros intelectuais da época . Esta nova noção da realidade não teve nem início e nem fim neste período. É um teólogo que afirma:
“(...)Com Kant (1724-1804), inicia-se um novo modo de pensar o homem. Kant o via como cidadão dos dois mundos: o mundo material e o mundo espiritual. Segundo ele o Homem só pode adquirir um conhecimento prático ou moral do mundo, de si mesmo e de Deus; jamais um conhecimento absoluto. A partir dessa forma de pensar, na qual o pensamento metafísico e o da razão pura são questionados. O Homem começa ser visto sob diversas formas e por diferentes pensadores, tais como: Darwin ( 1809-1882), o Homem biológico-evolucionista; Kierkegaard (1813-1855), o Homem existencial ; Marx (1818-1883), o Homem econômico; Freud ( 1856-1939), O Homem instintivos e outros(...)”
A conseqüencia quase que imediata, às afirmações de Darwin e dos mais diversos filósofos, cientistas e ‘sociólogos’ (se é que já podemos chamar Comte de Sociólogo), é o surgimento de um sentimento de desprendimento das estruturas eclesiásticas, de independência. Pois se outrora elas estavam ali, dentro do Estado, sendo mantidas por ele e até monopolizando serviços públicos (casamento, enterros, registro de crianças, etc), em troca de uma esperada ‘reconciliação com a divindade’, ou melhor: em troca das respostas que estas denominações (principalmente Igreja Católica) pudessem oferecer às mais difíceis questões da vida: a origem, a morte, os infortúnios, etc.
Ora, agora diante das novas teorias, já se negava até mesmo a ‘criação’, e diante da dúvida gerada, propunha-se que a resposta à estas questões fosse de foro íntimo, de direito particular e não público. Não mais o Estado deveria endossar o que seria a ‘verdade’, diante das dúvidas apresentas, mas sim daria liberdade ao indivíduo para que esse em seu pleno estado de racionalidade pudesse escolher. Assim surge uma forte campanha de Laicização do Estado, mas que trazia no seu interior uma também forte laicização do pensar e do agir.
“(...)Chamamos de secularização ou laicização do pensamento o cuidado de se desligar das justificativas baseadas na religião, que exige adesão pela crença, para só aceitar as verdades resultantes da investigação racional mediante argumentação(...)”
Essa campanha pela laicização social também foi conhecida como ‘campanha anticlerical’, pelo fato de suas principais propostas serem voltadas para o fim da participação clérica no Estado.
“(...)O anticlericalismo era militantemente laico, na medida que pretendia tomar da religião qualquer status oficial na sociedade (“desestabelecimento da igreja”, separação da igreja do Estado”), deixando-a como uma questão puramente privada. Deveria ser transformada em uma ou diversas organizações puramente voluntárias, análogas aos clubes de colecionadores de selos, somente que em dimensões maiores(...)”
O interessante é que esta campanha não apenas envolveu adeptos do darwinismo ou homens ateus (isso ainda não era tão comum assim), mas também autoridades que queriam ver-se livres dos mandos e desmandos da Igreja.
“(...)Mas isso não se baseava tanto na falsidade da crença em Deus ou qualquer versão particular dessa crença mas na crescente capacidade administrativa, amplitude e ambição do Estado laico – mesmo na sua forma mais laissez-faire e liberal- que estava decidido a expulsar organizações privadas daquilo que então considerava seu campo de ação(...)”
A Igreja, obviamente reagiu, atacando de todas as formas a raiz deste mal: o pensamento científico e a produção de conhecimento. O resultado foi uma Igreja Católica mais fechada ainda.
“(...)Em certo sentido, diante da ameaça da reforma laica, a Igreja reagiu da mesma forma como havia feito no século XVI com a Contra-Reforma. O catolicismo, agora totalmente intransigente, recusando qualquer acomodação com as forças do progresso, industrialização e liberalismo, tornou-se uma força muito mais poderosa depois do Concílio Vaticano de 1870 do que antes(...)”

                                                 A fé, porém, foi pouco abalada.
Em sua clássica obra, A Era do Capital, o historiador Hobsbawm nos fornece uma série de argumentos que nos fariam acreditar que, por fim, no século XIX a Religião estava derrotada, porém ele mesmo contraditoriamente afirma que até mesmo entra muitas pessoa cultas a religiosidade e o culto permaneceram. Inclusive alguns estudos afirmam que este foi o período em que as camadas mais pobres tiveram a oportunidade de descobrir uma religiosidade mais legítima: nacional, protestante, de língua nativa, etc. Nas palavras de Hobsbawm:
“(...)Na medida em que as classes médias estavam em questão, o declínio da religião era, como vimos, inibido não apenas pela tradição e fracasso em larga escala do racionalismo liberal em fornecer um substituto emocional coletivo para o ritual e a fé religiosa (exceto talvez através da arte), mas também pela relutância em abordar um pilar de estabilidade, moralidade e ordem social tão valioso, talvez tão indispensável(...)”
O homem, não sabe viver distante da ‘transcendência’ ou sem procurá-la. Gostaria de aqui recordar o caso de Augusto Comte, grande estudioso, proponente de muitos métodos científicos, criador de uma gama de ‘ciências humanas’ e grande filósofo, que em seus últimos anos dedicou-se a estruturar aquilo que deliberadamente chamou de “Religião da Humanidade”. Ela à semelhança das demais religiões possui dogmas, cultos e regimes, templos e capelas; sacramentos,sacerdotes e assim por diante. Todavia, uma particularidade distingue-a radicalmente: ela é uma religião "positiva" ou "científica", no sentido de que não venera um ser superior sobrenatural.
Comte nos pareceria como um caso isolado de desvaneio cenil, se não houvesse sido seguido por muitos na estruturação de tal igreja que possui templos em vários lugares do mundo. É claro que hoje tal estrutura encontram-se em instinção, pelo poder de apelo da concorrência e desvaneio da idéia inicial.
Mas ainda assim quem lê este artigo pode imaginal que Conte possa ter sido o único ater tal alusão, de dentro do ‘laico’, construír algo que imitasse ou recorresse ao religioso. Falo das mas diversas sociedades secretas que surgiram, ou pelo menos alastraram-se na Europa e na América por este período. Estas instituições, por detrás de suas encurtinas ‘lojas’, guardavam em suas fileiras, o qua havia de mais ‘racional’ ou ‘científico’, dentre os intelectuais e políticos.
“(...)A metade do século XIX está plena de rituais laicos inventados, especialmente nos países anglo-saxônicos, onde sindicatos elaboraram faixas alegóricas e certificados.Sociedades de ajuda mútua, cercada por sua vez com parafernália da mitologia e do ritualismo nas suas “lojas”,membros da Klux-Klan, Organgemen e outras ordens políticas menos “ secretas” exibiam suas vestimentas. A mais antiga e sem dúvida a mais influente de todas as sociedades secretas, ritualizadas e hierarquizadas estava de fato comprometida com o pensamento livre e o anticlericalismo pelo menos fora dos países anglo-saxônicos: os francos-maçons(...)”
Se estes poucos dados levantados, podem nos mostrar, ou levar a alguma conclusão, talvés esta seja que o ser humano ainda não está pronto, ou nunca estará, para abandonar o conforto e a segurança que as relações (que atualmente chamam-se de ) míticas proporcionam. A ordem e a justificativa pela fé ainda eram, na Era do Capital, e ainda são, nos dias de hoje, o conforto e a esperança de uma multidão.
O autor Volker Elis Pilgrim, em uma de suas obras, na qual faz uma bibliografia crítica da vida pessoal de Karl Marx, vai mais a fundo e afirma que este grande ícone do pensamento ateu nada mais é do que o resultado de uma esperança mítica de justificação pela ação cientícica, que lhe foi incutida, inculcada, desde a infância pelos pais, que distantes da sua fé de origem, o judaísmo, sentiam esta necessidade.
Pilgrim afirma que os pais de Marx eram advogado, e que por serem judeus estavam proibidos de exercer suas funções dentro do país:
“(...)Ou procurava um outro trabalho e enfrentava um futuro incerto ou saía da comunidade de fé judaica, assegurando para si, dessa maneira a prosperidade já conquistada. Hirschel e Henriette decidiram-se pela segunda alternativa. Hirschel converteu-se primeiramente ao protestantismo. O seu batismo deve ter sido realizado antes do dia 1o de março de 1818.(...)”
O traumático resultado foi:
“(...)Segundo as regras ortodoxas (judaicas) o abandono da religião significa a morte social. “ Um judeu que renega sua fé comete um pecado grave, pois não é apenas culpado no sentido pessoal e sim trai seu povo e seus ancestrais.Ele é tratado pelos membros da sua família e pelos seus companheiros de fé como um falecido. Karl nasce no meio dessa situação de conflito da família.(...)”
Como conseqüência os pais de Marx colocaram suas esperanças em uma espécie de compensação:
“(...)O seu filho nascido nesse momento deveria tomar a si a reparação, deveria justificar a sua decisão a posteriori, tornar-se um bom pai(novo), que concorda com o passo que deram, um “rabino secularizado”(...)”
Ensinado a odiar o cristianismo desde a infância e vítima de grande ódio da comunidade judaica (parentes), desde jovem Marx constrói textos expressando esta raiva e no período da maturidade em suas teses econômicas e sociais, ele afirmará que “A Religião é o Ópio do Povo”.
As conclusões que podemos chegar variam muito, porém quero salientar que nada do que um período vive e de suas idéias expressam pode ser isolado das influências que sofria. Neste caso uma das formas de influência é a negação. A Influência oposta, que ocorre quando alguma ideologia nos traumatiza com sua incoerência ou total desleixo com nossas necessidades. Foi o caso do Catolicismo Medieval, e suas terríveis façanhas, ao qual devemos tudo o que surgirá em contraposição a ele.

                                         Cresce o protestantismo independente.
Partindo do princípio de que as populações não vivem sem experiências e vivências religiosas, e que muitas delas já possuíam uma repulsa pelas instituições eclesiásticas tradicionais, podemos compreender o grande crescimento de igrejas protestantes independes e nacionais, que possuíam culto e bíblias em língua nativa, que falavam a linguagem de seu povo e iam ao seu encontro.
O fato é que apesar de muitos historiadores (tais como Hobsbawm) menosprezarem os ocorridos religiosos deste século, estes foram muito diferentes de tudo do que ocorreu anteriormente na Europa. E, segundo minhas pesquisas em muitas fontes, ao mesmo tempo que a Europa vivia sua “era do capital”, ou sua “primavera dos povos”, mudanças e conquistas sociais, também floresciam muitos grupos e lideranças de um movimento que também veio a transformar a forma de viver destas populações: o protestantismo.
Faço abaixo um breve apanhado dos acontecimentos relativos a este crescimento protestante e aos evangelistas que foram responsáveis por ele nos principais países da Europa.
Na França:
“(...)Napoleão Bonaparte concedeu a liberdade e reconheceu a Igreja protestante, mas ligada ao Estado, e paga pelos fundos nacionais. No século XIX esta Igreja foi dividida, e os mais fieis separaram-se do Estado(...)”
Na Inglaterra:
“(...)No ano de 1859 houve uma revivificação no Norte da Irlanda e no Norte da Escócia, e a Inglaterra sentiu seu efeito. Durante dez anos em seguida houve uma grande onda de evangelização no país, e muitos foram convertidos. Poucos anos depois veio D.L. Moody da América do Norte para suas campanhas de pregações, e com ele Sankey, o cantor evangélico. Visitaram todas as cidades principais dos três reinos, e milhares foram convertidos. Nos maiores salões das cidades não cabia metade do povo que queria assistir às suas pregações(...)”
Nas áreas urbanas inglesas:
“(...)Preocupados com o clamor dos pobres, Willian Booth e sua esposa, Catherine fundaram em 1865 uma missão aos pobres, localizada em um área periférica de Londres, o East End. Aquele começo em uma humilde tende deu início ao Exército de Salvação (...) ao redor do casal de evangelistas estavam lares superlotados, nos quais havia violência familiar, bebedeira prostituição e desemprego. A prosperidade marca da classe média vitoriana, não se estendia a região de East End(...)”
Na Escócia:
“(...)Havia lugares remotos das cidades grande, no Norte da Escócia, onde o povo continuava meio-selvagem. A revivificação de 1859 alcançou estes lugares(...)”
Na Suíça:
“(...)Nos princípio o século XIX houve um avivamento espiritual. Roberto Haldane, um escocês, pregou em Genebra, e diversos estudantes de Teologia receberam uma grande bênção espiritual; como Malan, Teodor Monod, Merle d’Aubigné, que vieram a ser pregadores notáveis, havendo o último escrito a “História da Reforma” obra traduzida em diversas línguas(...)”
Itália:
“(...)(Conde) Guicciardini foi convertido desta maneira, e achando grupos de crentes, que eram pessoas humildes, reuniu-se a eles. No ano de 1851 foi promulgada uma lei, instigada pelos jesuítas, proibindo as reuniões e o Conde foi obrigado a sair de sua pátria, e ir para a Inglaterra, onde gozava de comunhão com os crentes. Ele foi o meio da conversão de um patrício de nome Rosseti. Quando veio a liberdade, no ano de 1871, Guicciardini voltou à Itália, pregou e ensinou até a sua morte(...)”
Na Irlanda:
“(...)João Nelson Darby, (era) um ministro da igreja Irlandesa, cargo que deixou para ministrar a Palavra de Deus em diversos países. Outro pregador independente, no princípio do século XIX, foi Gideão Ousely, que viajava a cavalo e pregava mesmo a cavalo nas aldeias e cidades. Pertencia a uma antiga família irlandesa de boa posição, mas associava-se com os humildes camponeses, conversando sobre o Evangelho de maneira muito simples. Um ministro evangélico independente chamado Thomas Kelly, formou diversas congregações na Irlanda no princípio do mesmo século, e escreveu muitos hinos que estão em uso geral na língua inglesa, e alguns estão traduzidos em português. No Norte, no Ulster protestante, no ano de 1859, houve um revivificação, e nesta ocasião centenas de pessoas foram convertidas entre todas as classes(...)”
Na Rússia:
“(...)Membros da Sociedade dos Amigos (Quakers) visitaram a Rússia e foram bem recebidos pelo Tsar, que sempre mostrou muita amizade a esta denominação (...) O Imperador concedeu todas as facilidades à Sociedade Bíblica Britânica para propagar a Palavra de Deus em seu vasto domínio. A Sociedade, enviou um agente chamado Melville, que didicou 60 anos de sua vida a divulgação das Escrituras na Rússia(...)”
Nos Estados Unidos:
“ (...)Seguindo os passos da tradição avivalista, estabelecida por Charles Finney, Moody trouxe o evangelismo para a era industrial. Pregava um evangelho simples, livre de divisões denominacionais. Isso expandiu sua influência, assim como o apoio que recebia. Moody fez alianças de peso com comerciantes respeitáveis,que foram os líderes da nova geração, e não os pregadores. Ele insistia que os homens colocassem suas riquezas em boas causas, como cuidar dos pobres em áreas urbanas. Moody trouxe técnicas de negócios para o planejamento evangelístico(...)”

SÉCULO XX:

O Século XX é marcado por concuminar a experimentação de muitas coisas que foram inventadas, desenvolvidas ou teorizadas nos últimos séculos por muitos filósofos, cientistas e políticos. O resultado, porém não foi sempre o melhor. Só para recordarmos o século XX de uma forma geral eu poderia citar alguns termos que nos trazem memórias: Industrialização, Neocolonialismo, Aviação, Automóvel, Primeira Guerra Mundial, EUA, Crise de 1929, Comunismo, Facismo, Nazismo, Segunda Guerra Mundial, Bomba Atômica, URSS, Guerra Fria, Ditadura, Hippies, Punkes, Anti-consepcional, Sexo, Vietnã, China, Coréias, Cuba, Queda do muro de Berlim, Aquecimento Global, Neoliberalismo, etc...
Este foi o século em que houve o auge do pensamento modernista no mundo todo. As pessoas foram levadas a crer cegamente na ciência   (1ª Timóteo 6:20-21 no Século XX, por antuninamartins2012@gmail.com) na política, no nacionalismo, etc. Parecia que o mundo estava em um avanço rumo a um futuro de paz e justiça, onde a ciência explicaria tudo e que o homem se livraria de Deus.
As muitas guerras, o efeito colateral do mal uso da industrialização, a falência do comunismo, a corrupção generalizada na política, e a ineficiência da ciência para responder a questionamentos profundos da humanidade, somado ao vazio existente em uma sociedade altamente consumista levou o mundo a uma gradual derrocada do modernismo, que abre as portas para o pós-modernismo. Onde o mundo passa a ser visto sob uma confusão de óticas antagônicas e onde o relativismo impera. Onde há uma perceptível falta de rumo para a humanidade.
Para estudar a História do Cristianismo no século XX é necessário percebermos que a Igreja está horas sofrendo influência deste mundo a sua volta e horas resistindo e combatendo o mesmo. Fato é que a Igreja do século XX agirá sobre este pano de fundo.

1906 – INICIO DO PENTECOSTALISMO NO AVIVAMENTO DA RUA AZUSA.
Los Angeles Times, 1906:
“Com gritos estranhos e pronunciando coisas que aparentemente nenhum mortal em seu juízo normal pudesse entender, teve início, em Los Angeles, a mais recente seita religiosa. As reuniões acontecem em um prédio decadente da rua Azusa, e os devotos de doutrinas estranhas praticam os ritos mais fanáticos, prega as mais extravagantes teorias e se colocam em um estado de louca euforia quando se entregam ao fervor pessoal”
- William J. Seymour (fundador) – pregador batista negro, havia sido aluno de Parham, fundador de muitas escolas bíblicas que pregava o avivamento e o dom de línguas.
- Antes deste movimento Finney, Moody e o movimento Holiness haviam dado início a um avivamento, William, porém, dava mais um passo, incentivando o batismo pelo Espírito Santo.
- O Movimento, inicialmente assumiu o nome “Missão Evangélica da Fé Apostólica”.
- Outros líderes possuíam ministérios de avivamento espalhados pelos EUA. No sul muitos se uniram e passaram a se auto denominar “Fé Apostólica”, o movimento cresceu muito e logo passou a se chamar “ Igreja de Deus em Cristo”, que já tinha ao todo 352 ministros. Em 1914 passou a se chamar “Assembleia de Deus”.

1910 – LANÇADA OBRA “OS FUNDAMENTOS”
- Obra organizada por a A. C. Dixon, e escrita por muitos líderes e estudiosos de Teologia dos EUA.
- É uma contraposição às inovações que estavam sendo agregadas a Fé Cristã, principalmente quando muitos líderes questionavam a veracidade da Bíblia e aderiam ao modernismo, ao evolucionismo, etc.
- Deu origem os movimento Fundamentalista em 1920, que uniu igrejas conservadoras de toda a América.
- Principais pontos das Obras: A Inerrância da Bíblia; O Nascimento virginal de Jesus; a Deidade de Cristo; A morte Vicária de Cristo; A ressurreição física de Cristo; O retorno corpóreo de Cristo;

1921- TRANSMISSÃO DO PRIMEIRO PROGRAMA RADIOFÔNICO CRISTÃO
- A KDKA foi a primeira emissora de rádio dos EUA e carecia de programação. Decidiram assim transmitir um culto de alguma igreja em um domingo pela manhã.
- Isto ocorreu na Igreja Episcopal do Calvário, em Pittsburgh. Quem pregou neste  dia foi Lewis B. Whittemore.
- O programa foi tão bem quisto que se tornou semanal.
- Outro pregador, Paul Rader chegou a locar uma rádio inteira todos os domingos, por 14 horas e trazer pregações e canções cristãs. A esta programação ele deu o nome Onde Jesus Abençoa Milhares. Depois dele muitos outros pregadores partiram para o rádio, entre eles R.R. Brown.

1945 – BONHOEFFER É EXECUTADO POR HITLER



1949 – GRANDE CRUZADA BILLY GRAHAM EM LOS ANGELES



1960 – RENOVAÇÃO CARISMÁTICA EM IGREJAS TRADICIONAIS


1962 – CONCÍLIO VATICANO II


1963 – MARTIN LUTHER KING LIDERA MARCHA A WASHINGTON


ANOS 60 E 70 – CRESCIMENTO DA IGREJA CHINESA

História da igreja - I.T.Q Vespasiano - Alunos de Sábado à tarde e à distância - 3º ano teológico - 2015

                                                            Observações gerais 

                            

                O AUTOR: PROF. DIONÍSIO HATZENBERGER

                         

                                                          Cristianismo nos séculos XVII e XVIII


                                                                SÉCULO XVII

1609 – JOHN SMYTH FUNDA A IGREJA BATISTA
John Smyth estudou na Universidade de Cambridge e cedo foi ordenado ministro da Igreja da Inglaterra. Na igreja anglicana foi atraído para as idéias puritanas e separatistas e por isso foi afastado da igreja 1602. Sua crença de que as igrejas deviam ser formadas somente de cristãos confessos levou-o a se juntar a uma congregação separatista em Gainsborough.
Também ajudou na formação de uma congregação separada em Scrooby na casa de William Brewster. Os acontecimentos, porém o levaram para Amsterdam. Foi lá que Smyth encontrou-se com os irmãos Menonitas, que praticavam o batismo de adultos sob uma confissão de fé pessoal já haviam duas gerações. Ouvindo os ensinamentos destes crentes, Smith passou a buscar nas esrituras base bíblica para o batismo infantil, e não a encontrando, adotou tal doutrina.
Então ele rompeu com os separatistas e, em 1609, batizou-se a si próprio por imersão. E, a partir deste momento batizou diversas pessoas mediante suas profissões de fé. Entre elas estava Thomas Helwys, que voltou à Inglaterra mais tarde e fundou a primeira igreja batista permanente naquele país.
Antes de sua morte, porém, Smyth afastou-se dos batistas e juntou-se aos menonitas, porém a igreja a qual dera início não o acompanhou e ficou existindo de forma independente.


1620 - PEREGRINOS CHEGAM AOS EUA
Em 1620 chegava aos EUA um pequeno grupo de separatistas ingleses, os quais fundaram a primeira colônia em Massachussets (dirigiam-se para a Virgínia mas se desviaram da rota). Eles foram para a América do Norte em busca de liberdade religiosa, que não tinham em terras inglesas. Viajaram num pequeno navio chamado Mayflower, e durante a viajem assinaram um pacto no qual repudiavam toda a autoridade eclesiástica ou secular inglesa. A celebração da colheita no outono de 1621 foi a primeira festa de Ação de Graças.

1648 - GEORGE FOX FUNDA A SOCIEDADE DOS AMIGOS
Nascido na Inglaterra, Fox era filho de um tecelão e aparentemente não recebeu educação formal e fora aprendiz de sapateiro. Em 1643, o jovem sério deixou o lar e viajou em busca de esclarecimento religioso nas instituições oficias da Igreja Anglicana, acabando por viver experiências dolorosas, até que alguém lhe disse as palavras verdadeira e, segundo seu próprio relato, em 1646 veio a contar com a "Luz Interior do Cristo Vivo".
Fox deixou de ir à igreja, rejeitou os sacramentos exteriores e o clero, pôs de lado disputas religiosas comuns considerando-as triviais, e ensinou que a verdade deve ser encontrada antes de tudo, não nas Escrituras ou no credo, mas na voz de Deus falando à alma. Assim criou os "Amigos da Verdade". Fox reforçou a necessidade de se exercer o sacerdócio universal do crente, e defendeu um estilo simples de vida para seus seguidores.
Fox foi preso em 1649, por ter interrompido um culto numa igreja de Notthingham para pregar a idéia da autoridade e liberdade do plena Espírito Santo. Em Derby, em 1650, foi condenado por blasfêmia. Diante do juiz que o condenou ele disse que aquelas pessoas deveriam “temer” diante da palavra de Deus. Por causa deste termo, como forma de zombaria, eles passaram ser chamados de "Quakers" (que quer dizer “o que treme”).

SÉCULO XVIII

1703 – 1791 – JOHN WESLEY – EVANGELISTA FUNDADOR DA IGREJA METODISTA

Nascido em Epworth, na Inglaterra, João Wesley era filho de Samuel Wesley, que foi um precursor do Não-conformismo e pároco em Epworth, que, com sua esposa, criou seus filhos num ambiente de piedade e disciplina puritana. Aos cinco anos de idade Wesley foi salvo de um incêndio que destruiu a paróquia de seu pai e que posteriormente lhe deu motivo para que se referisse a si próprio como "um tição apanhado no fogo".
Wesley sempre teve uma educação cristã e recebeu seu título de Mestre em Artes em 1727 em Oxford. Porém, o curto período, dos 24 aos 26 anos de idade, que esteve como assistente do pai na paróquia de Wroote foi sua única experiência eclesiástica. Mas foi uma carta do pároco de Lincoln que trouxe Wesley de volta para suas obrigações em Oxford, onde ele se juntou a seu irmão Charles, a George Whitefield e outros jovens num empreendimento que se transformou no berço do movimento metodista.
A união destes jovens causou grande comentário entre os colegas em Oxford, principalmente por se reunirem com freqüência para estudarem da Bíblia, terem comunhão e juntos orarem. As pessoas se referiam a eles, sarcasticamente, como o ‘Clube Santo’, ‘Sacramentarianos’, ‘morcegos da Bíblia’, ‘fanáticos por Bíblia’ e ‘Metodistas’. João Wesley era chamado o "curador" ou "pai" do Clube Santo.
Charles, irmão de João foi quem começou o grupo enquanto ele estava servindo seu pai em Wroote. João quando retornou não se importou com o apelido, pelo contrário o usava como um distintivo de honra, tanto que no primeiro sermão falou de seus companheiros como "os ironizados chamados Metodistas". Muitos anos mais tarde, em seu Dicionário Inglês, ele acabou por definir ‘Metodista’ como ‘aquele que vive de acordo com o método estabelecido na Bíblia’.
No primeiro dia do ano de 1733, no meio da controvérsia que envolvia os "Metodistas de Oxford", João Wesley pregou seu segundo sermão universitário, intitulado "A circuncisão do coração". Este discurso serviu para caracteriza-lo como um teólogo, pois ali ele obteve aprovação tanto do vice-chanceler como do reitor de Lincoln. Nele Wesley apresentou as duas doutrinas básicas de seu ensino: a perfeição de Cristo e o testemunho do Espírito (de que somos filhos de Deus - Rom. 8:16).
Embora o tumulto gerado pelas suas posições tenha lhe custado posteriormente a perda de salário, de muitos amigos e até da reputação, João Wesley preferia valorizar "um coração limpo, um só olho, uma alma cheia de Deus! Uma troca justa, se pela perda da reputação, pudermos comprar o mais baixo grau de pureza do coração!".
Em 1735 João e seus irmãos foram chamados ao leito de morte de seu pai. Ali Samuel Wesley disse com firmeza a João: "Testemunho interior, filho, testemunho interior - esta é a prova, a maior prova do Cristianismo".
John Wesley pregava sobre fé e amor numa sociedade que caminhava para a frieza e para a dúvida. Certo é dizer que milhões ouviram sua pregação e milhares destes responderam com fé, o que resultou no surgimento de centenas de pequenos grupos de comunhão em toda Inglaterra, e, conseqüentemente, num novo movimento - o Metodismo - que ainda permanece.


1760 – 1831 – ALLEN RICHARD – FUNDADOR DA IGREJA METODISTA EPISCOPAL AFRICANA
Allem nasceu escravo, e se converteu aos dezessete anos através de uma pregação metodista. Imediatamente começou a pregar o evangelho, primeiro para seus familiares, depois para o seu patrão, que acabou se convertendo, e finalmente para negros e brancos por toda a América. Allen Richard aprendeu a ler e escrever sozinho e , depois de trabalhar bastante, foi capaz de comprar a própria liberdade.
Depois de trabalhar em muitos ramos, sempre pregando como leigo, acabou chegando à Filadélfia aos vinte e seis anos. Congregava junto com outros negros na Igreja Metodista São Jorge. Porém, em 1787, um triste incidente afastou os negros daquela congregação: enquanto um amigo de Allen, Absalom Jones, orava em voz alta, os administradores brancos da igreja o obrigaram a ir para o seu lugar, tentando mantê-lo quieto. Em resposta, Jones, Allen e os outros negros deixaram a igreja. Pouco depois, Allen e Jones fundaram a Sociedade Africana Livre, a primeira organização da América criada por negros para os negros. A sociedade não era separatista e proporcionou ajuda mútua e encorajamento espiritual para a comunidade negra da Filadélfia.
Quatro anos mais tarde Jones e Allen deixaram a Sociedade e Jones veio a ser o fundador da Igreja Episcopal Negra. Em 1793 Jones e Allen lideraram outros negros na obtenção de ajuda para a população inteira da Filadélfia durante uma epidemia de febre amarela. Também, em 1793 Allen fundou a Igreja Betel para Metodistas Negros. E foi ordenado Pastor metodista em 1799. Por causa da predominância de brancos na igreja metodista, que no sul dos EUA vivia um contexto de preconceito e separatismo, a congregação de Allen e outras igrejas metodistas negras organizaram sua própria denominação, a Igreja Episcopal Metodista Africana, e Richard Allen foi seu primeiro bispo em 1816. Allen serviu a esse grupo crescente de metodistas negros como líder amplamente respeitado até sua morte em 1831.

História da igreja - I.T.Q Vespasiano - Alunos de Sábado à tarde e à distância - 3º ano teológico - 2015

                                                                     Cristianismo nos séculos XV e XVI

                  O AUTOR: PROF. DIONÍSIO HATZE

                                                                          SÉCULO XV


1456 – GUTEMBERG PRODUZ    A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA:
Johhann Gutenberg (João), que nasceu na Mongúncia em 1398, inventou o sistema de impressão com caracteres móveis de chumbo, que propiciavam a impressão em grande escala de textos. Era o início da Imprensa.
Em 1456 um grupo do qual Gutemberg fazia parte imprimiu uma cópia da Vulgata, versão latina da Bíblia. Porém a grande inovação de Gutemberg não estaria exatamente na cópia desta versão bíblica, pois a grandiosa maioria da população, bem como boa parte dos padres da época, não liam em latim. Assim, a inovação estava no fato da criação de um eficaz instrumento que posteriormente seria usado pelos reformadores, como Lutero, para imprimir versões da bíblia em línguas populares, como o alemão.

1478 – A INQUISIÇÃO ESPANHOLA É INSTALADA.
Cito Curtis:
“Os governadores espanhóis do fi¬nal do século XV, o rei Fernando e a rainha Isabel, acreditavam que seu pais só prosperaria quando fosse verdadeiramente cristão. Pelo fato de mostrar grande devoção ao catoli¬cismo, os monarcas receberam do papa o titulo de "Reis CatóIicos". Em 1478, pediram ao papa que estabe¬lecesse a Inquisição na Espanha, e eles mesmos seriam os inquisidores. 
Muitos judeus e muçulmanos da Espanha aparentemente se converte¬ram ao cristianismo, mas sempre hou¬ve desconfiança de que estivessem praticando secretamente sua antiga Fé. Em 1492, os reis cat6licos expul¬saram todos eles de seu pais. 
Tomas de Torquemada, frei dominicano cujo nome se tornaria sinônimo de crueldade, foi o inquisidor geral da Espanha. Embora parecesse um cristão modelo na vida particu¬lar, pois era devoto e negava-se a si mesmo, esse homem letrado levava seu ze1o a extremos. Sob sua direção, muitas pessoas foram levadas a fo¬gueira, ao passo que outros pagavam pesadas mu1tas ou sofriam penas hu¬milhantes. 
Como a Inquisição tinha o poder de confiscar os pertences dos condenados, ela nunca ficou sem dinhei¬ro para continuar suas perseguições. Ela também vendia a atividade de "familiar", que transformava a pes¬soa em uma espécie de informante, que desfrutava liberdade, pois, em troca da informação, o delator não era preso. 
Embora 0 protestantismo estives¬se se espalhando rapidamente pela Europa, na Espanha ele caiu sob a forte mão da inquisição. Ali, os livros protestantes foram banidos e basta¬va a simples suspeita de que alguém era protestante para que os inquisi¬tores fossem chamados. Embora pou¬cos protestantes executados fossem espanhóis, a lição ensinada pelo mar¬tírio dessas pessoas foi suficiente para que muitos se voltassem para a Igreja Cat6lica. 
Como resultado, o protestantismo nunca progrediu na Espanha, como aconteceu em outros paises. Embora os protestantes também enfrentas¬sem perseguição no restante da Eu¬ropa, ela não tinha a mesma Fúria da Inquisição espanhola, que durou ate o século XIX.”

1452 – 1498 – GIROLAMO SAVONAROLA
Nasceu em Ferrara, desde jovem resistia aos ensinamentos humanistas e renascentistas que recebia. Tornou-se monge dominicano zeloso e piedoso.
Em 1490 foi para a cidade de Florença, de onde a família Médici governava, trazendo a cidade para o epicentro da cultura renascentista. Lá Savonarola passou a denunciar a pecaminosidade da cidade em suas pregações, bem como a corrupção e a ambição dos governantes que se diziam cristãos. Savonarola atraiu para sai pregação grandes multidões, foi aí que ele predisse a queda da cidade falsamente cristã, e isto realmente ocorreu em 1492, quando os franceses invadiram a cidade e derrubaram os governantes.
Savonarola tornou-se governante e grandes modificações ocorreram no comportamento da população, que buscava redimir-se de seu comportamento do passado. Porém ele não manteve suas críticas ao comportamento popular, atacando também as atitudes do papa Alexandre VI, que era até mesmo pai de um grande número de filos ilegítimos.
Em 1495, o papa proibiu Savonarola de pregar, este obedeceu. Um ano depois, pensando que ele estava redimido, permitiu-o continuar voltar a pregar. Porém já em 1496 ele voltou a atacar a corrupção que era reinante na Igreja Católica. Em 1497 ele foi excomungado, e, após alguma resistência popular, foi enviado aos embaixadores do papa, que em 1498 queimaram ele e dois seguidores na grande praça da cidade.
Apesar da teologia de Savonarola ser católica, muitos líderes protestantes posteriores viriam a considera-lo um protestante, não por sua teologia, mas por sua busca de que a Igreja e as pessoas vivessem segundo o exemplo de Cristo.

1492 – CHEGADA DOS EUROPEUS À AMÉRICA.

1500 – CHEGADA DOS PORTUGUESES AO BRASIL.

SÉCULO XVI

1517 – INICIA A REFORMA PROTESTANTE
O tema central da Reforma é a convicção de que o ser humano não pode nem tem necessidade de salvar-se por si mesmo. Antes, a salvação é dada em Cristo "unicamente pela graça" e aceita "somente pela fé". A redescoberta desse pensamento, biblicamente fundamentado, originou uma nova compreensão de todos os aspectos da vida cristã: da Igreja, do sacerdócio, dos sacramentos, da espiritualidade, da devoção, da conduta moral (ética), do mundo, incluindo aí a economia, a educação e a política. A ruptura gerada por esta redescoberta é o que chamamos de Reforma. Para entendermos a Reforma devemos conhecer melhor Martinho Lutero.

1483 – 1546 – MARTINHO LUTERO
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben, na Alemanha. Na sua fase estudantil, foi enviado às escolas de latim de Magdeburg (1497) e Eisenach(1498-1501). Ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes (1502) e de mestre em artes (1505).
Seu pai fora um aldeão bem sucedido e sonhava em ter um filho advogado. Tendo, assim, iniciado seus estudos de direito, abruptamente, os interrompeu entrando no claustro dos eremitas agostinianos em Erfurt. O fato que o levou a isto é bastante estranho e gera controvérsias. A maioria dos historiadores dizem que isto aconteceu devido a um susto que teve quando caminhava de Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quando um companheiro de caminho, ao seu lado, foi atingido por um raio, e ele por um pouco não fora também. Contam que foi derrubado por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!". Preocupado com a salvação, o jovem Martinho Lutero decidiu tornar-se monge, a contragosto da família. Porém, foi consagrado padre em 1507. 
Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também estava envolvido em conflitos internos pessoais quanto à salvação pessoal. Sua vida monástica e intelectual não forneciam resposta aos seus anseios interiores, às suas aflitivas indagações. Durante seus estudos, sempre lhe acompanhava a pergunta: "Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?"
Entre os anos de 1508 e 1512, lecionou filosofia na Universidade de Wurtenberg, onde também ensinava Teologia. Em 1512 formou-se Doutor em Teologia. Fazia também conferências sobre Bíblia, especializando-se em Romanos, Gálatas e Hebreus. Foi durante este período que a teologia do apóstolo Paulo o influenciou, levando-o à percepção claro dos erros que a Igreja Romana cometia, à luz dos documentos fundamentais do cristianismo primitivo: os livros da Bíblia.
Assim, Lutero foi descobrindo ao longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus não era necessário castigar-se ou fazer boas obras compensatórias, mas somente ter fé em Deus. Com isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando pensamentos bíblicos importantes que estavam à margem da vida da igreja já a muito tempo e que naquele momento gerava aberrações teológicas, tais como as indulgências. 
Seus estudos paulinos, porém, deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente diante da afirmação "o justo viverá pela fé", de Romanos 1:17. Pois ali ele percebia ele que toda a Lei e o cumprimento das normas monásticas, serviam tão-somente para condenar e humilhar o homem, e que destas coisas não se pode esperar qualquer ajuda no tocante à salvação da alma.
Tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, passou a ser um pregador muito popular, proclamando os rudimentos desta fé que redescobrira. Além disso, em sua pregação ele opunha-se a venda de indulgências, fortemente comandada por João Tetzel.
Lutero decidiu tornar públicas essas idéias e em 31 de outubro de 1517, quando afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses acadêmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgências". Seu argumento era de que as indulgências só faziam sentido como livramento das penas temporais impostas pelos padres aos fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a compra das indulgências ou a obtenção das mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punições temporais. Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos do purgatório. Lutero afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente pelos cristãos, durante toda a vida, e não algo a ser posto em prática apenas ocasionalmente, por determinação sacerdotal. Este material resumia a aplicação prática do mais importante de sua (re)descoberta teológica até aquele momento.
Com isto Lutero pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava que a Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Em pouco tempo toda a Alemanha tomou conhecimento do conteúdo dessas teses e elas espalharam-se também pelo resto da Europa. 
Foi João Eck quem denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu para que o mesmo fosse condenado e excluído do Igreja Romana. Silvester Mazzolini, que era o padre confessor do papa, concordou com o parecer condenatório de Eck, dando apoio a este contra o monge agostiniano. 
Embora estivesse sendo pressionado de muitas formas - excomungado e cassado - para abandonar suas idéias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções. Suas idéias atingiram rapidamente o povo e essa divulgação foi facilitada pelo recém inventado sistema de impressão de textos em série (imprensa).
Após isto Lutero escreveu "Resolutiones", em 1518, defendendo seus pontos de vista contra as indulgências, dirigindo a obra diretamente ao papa. Mas a obra não mudou o ponto de vista do papa a respeito dele. Mas muitas pessoas influentes se declararam favoráveis as opiniões de Martinho Lutero. Num debate teológico em Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido ao defender suas idéias.
Lutero foi convocado a comparecer a Roma, onde seria julgado como herege. Porém ele apelou para o príncipe Frederico, o Sábio, e seu julgamento foi realizado em território alemão em outubro de 1518, perante o Cardeal Cajetano. Diante deles Lutero recusou se retratar de suas idéias, tendo rejeitado a autoridade papal, abandonando assim a Igreja Romana. Sua saída da Igreja ficou confirmada num debate em com João Eck, em julho de 1519. A partir de então Lutero declara que a Igreja Romana necessita de Reforma, e publica vários escritos, dentre eles a "Carta Aberta à Nobreza Cristã da Nação Alemã Sobre a Reforma do Estado Cristão".
Assim, Lutero procurou o apoio de autoridades civis e começou a ensinar o sacerdócio universal dos crentes, Cristo como único Mediador entre Deus e os homens, e a autoridade exclusiva das Escrituras, em oposição à autoridade de papas e concílios. Na obra "Sobre o Cativeiro Babilônico da Igreja", ele atacou o sacramentalismo da Igreja. Dizia que pelas Escrituras só podem ser distinguidos dois sacramentos o batismo e a Ceia do Senhor. Opunha-se à alegada repetida morte sacrificial de Cristo, que ocorreria a cada missa. Em outro livro, "Sobre a Liberdade Cristã", ele apresentou um estudo sobre a ética cristã baseada no amor.
Em julho de 1520, a Igreja Romana expediu a bula Exsurge Domine, que ameaçava Lutero de ser excomungado, a menos que se retratasse publicamente. Lutero queimou a bula em praça pública. Em resposta a isto, Carlos V, Imperador do Santo Império Romano, mandou queimar os livros de Lutero em praça pública.
Lutero se fez presente na Dieta de Worms, em abril de 1521. Recusando retratar-se, disse que a sua consciência estava presa à Palavra de Deus, pelo que a retratação não seria correta. Dizem alguns historiadores que ele concluiu sua defesa com as palavras: "Aqui estou; não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Como resposta, 25 de maio de 1521, formalizou-se a excomunhão de Martinho Lutero, e a Reforma também foi condenada.

A Reforma, porém, espalhou-se pela Europa. Em 1530 os líderes protestantes escreveram a "Confissão deAugsburgo", resumindo os elementos doutrinários fundamentais do movimento. Por medidas de precaução, Lutero este recluso no castelo de Frederico, o Sábio, cerca de 10 meses, neste período deixou a barba e os cabelos crescerem e era chamado de Cavalheiro Jorge. Foi neste período que conseguiu tempo de trabalhar na tradução do Novo Testamento para a língua alemã. Esta tradução foi publicada em 1532. Com a ajuda de Melancton e outros amigos, a Bíblia toda foi traduzida, e, então, foi publicada em 1532. Essa tradução tornou-se tão importante ao ponto de unificar os vários dialetos alemães, do que resultou o moderno alemão.
Outro fato digno de nota foi o casamento de Lutero, com Catarina von Bora, filha de família nobre e ex-freira, que havia aderido à Reforma junto de outras colegas de clausura que fugiram do convento. Tiveram seis filhos, dos quais alguns faleceram na infância. Adotou outros filhos. Este fato serviu para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido adotar a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
Em 1546, aos 62 anos de idade, Martinho Lutero faleceu. Porém, só em 1555, o Imperador reconheceu que haviam duas diferentes confissões na Alemanha: a Católica e a Luterana.
Alguns dos pontos mais importantes defendidos por Lutero:
1. Nem o papa nem o padre, tem o poder de remover os castigos temporais de um pecador. 
2. A culpa pelo pecado não pode ser anulada por meio de indulgências. 
3. Somente um autêntico arrependimento pode resolver a questão da culpa e do castigo, o que depende única e exclusivamente de Cristo. 
4. Só há um Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo. 
5. Não há autoridade especial no papa. 
6. As decisões dos concílios não são infalíveis. 
7. A Bíblia é a única autoridade de fé e prática para o cristão. 
8. A justificação é somente pela fé. 
9. A soberania de Deus é superior ao livre-arbítrio humano. 
10. Defendia a doutrina da consubstanciação em detrimento da transubstanciação. 
11. Há apenas dois sacramentos : o batismo e a ceia do Senhor. 
12. Opunha-se a veneração dos santos, ao uso de imagens nas Igrejas, às doutrinas da missa e das penitências e ao uso de relíquias. 
13. Contrário ao celibato clerical. 
14. Defendia a separação entre igreja e estado. 
15. Ensinava a total depravação da natureza humana. 
16. Defendia o batismo infantil e a comunhão fechada. 
17. Defendia a educação dos fiéis em escolas paroquianas. 
18. Repudiava a hierarquia eclesiástica.

1484-1531 - HULDRYCH ZWINGLI O REFORMADOR SUIÇO
Zuingli nasceu em Wildhaus, onde era o filho do prefeito da cidade. Estudou em Basel, Berna, Viena, e depois em Basel de novo, onde se graduou como Bacharel em Artes em 1504 e como Mestre em Arte em 1506. Em Basel, absorveu os ensinos de Thomas Wyttenbach sobre as Escrituras e sobre justificação e também se tornou amigo do humanista Glareanus e de Leo Jud. Foi ordenado em 1506 e trabalhou por dez anos na paróquia de Glarus, onde provou ser um bom pastor e um hábil pregador. Continuou seus estudos humanistas, mantendo a língua grega e tentando aprender sozinho o hebraico. Em 1513 e 1515 serviu ao exército papal como capelão dos mercenários de Glarus. Suas experiências o levaram a se opor ao sistema mercenário; era especialmente contrário ao recrutamento francês. Devido ao tumulto resultante, aceitou um novo posto em Einsiedeln em 1516.
Zuinglio permanceu estudando o Novo Testamentos, principalmente sobre influência de Erasmo. Em primeiro de janeiro de 1919, quando tornou-se pastor da maior paróquia de Zurique, anunciou que não seguiria os textos previstos no lecionário e que pregaria sobre o Evangelho de Matheus. Isso foi visto pela Igreja como um ato de desobediência, mas devido ao início da propagação da Peste, a confusão foi acalmada. Um terço da população de Zurique foi morta por esta peste, e no final Zuinglio foi contraiu a doença, levando três meses para recuperar-se, fato que lhe fez experimentar uma relação de dependência para com Deus. Isso mudaria definitivamente sua vida.
Depois disso, Zuinglio continuou a pregar o que encontrava na Bíblia, apesar disso contradizer aquilo que os rituais oficiais da Igreja diziam. Em 1522 muitos párocos de Zuinglio, amparado pelas Escrituras desafiaram as regras da Igreja comendo carne durante a quaresma, Zuinglio os apoiou.
Após muitas discussões sobre o controverso pregador, em 1523 o conselho da cidade de Zurique realizou um debate público sobre assuntos de fé e por fim as idéias de Zuinglio saíram vitoriosas. Por fim o conselho emitiu um decreto permitindo a continuidade da pregação de Zuinglio.
Dentro de dois anos muitas mudanças na Igreja de Zuinglio já eram vizualizadas: as Imagens foram retiras, sacerdotes e freiras foram autorizados a casarem-se e a missa foi substituída por um culto com ênfase quase total na Palavra.
Zuinglio estava realizando a reforma na Suíça, porém muitas foram as oposições encontrada, não só por parte da Igreja Católica, mas também de grupos reformadores mais radicais que queriam mudanças mais rápidas. Numa tentativa de tornar a reforma coesa, em 1529 foram reunidos Zuinglio e Lutero em Marburgo. Das quinze questões discutidas, ambos concordaram em quatorze. O dilema ficou na questão da eucaristia, onde Lutero a via como o recebimento concreto do corpo de Cristo, enquanto Zuinglio com um recebimento espiritual.
Por fim, o movimento de Zuinglio espalhou-se por uma maior parte da Suíças, também pela Alemanha e chegou a Genebra de língua francesa. Porém grande porção rural ainda era dominada pela Igreja Católica. Devido esta batalha por territórios de influência, iniciaram-se batalhas entre as tropas católicas e as de Zurique. Zuinglio somou-se a estas batalhas como soldado e acabou morrendo em 1531 esquartejado na Batalha de Kappel. As batalhas permaneceram por pois cem anos.

1534 – INGLATERRA EMANCIPA-SE DA IGREJA CATÓLICA
No caso da Inglaterra a reforma não foi realizada pelo anseio de algum pregador que queria fazer a Igreja retornar aos ensinamentos bíblicos. Lá, apesar de haverem pessoas interessadas numa mudança profunda na Igreja, esta ruptura para com Roma ocorreu por parte do rei Henrique VIII. Ele não era nada reformador para com os dogmas da Igreja, pelo contrário em 1521 atacou as idéias de Lutero e por isso recebeu um título de honra da Igreja Católica.
Porém, depois da morte de seu irmão Henrique casou-se com a cunhada Cararina de Aragão. Ela porém era estéril e isso atrapalhava o rei nos seu intento de manter sua geração no trono. Por isso foi atraído por Ana Bolena e procurou se livrar da esposa estéril. 
Assim, Henrique escreveu uma carta ao papa solicitando autorização para separar-se, citando Levítico 20.21, ele afirmava ter errado ao casar-se com a mulher de seu irmão mais velho. O papa não lhe autorizou devido ao medo que tinha do sobrinho de Catarina, que agora era imperador do Sacro Império Romano.
Em 1533 Henrique substituiu o arcebispo da Cantuária e este novo lhe autorizou a separação. No mesmo ano casou-se com Ana, e ainda neste ano nasceu-lhe a filha Elisabete.
Em 1534 o parlamento Inglês promulgou o Ato de Supremacia, declarando que o Rei era o chefe supremo da Igreja na Inglaterra. Essa mudança simplesmente transformava a Igreja Inglesa em um órgão do estado. Não houveram mudanças teológicas ou nos sacramentos. Porém Henrique acabou com os mosteiros, vendeu as terras e pegou o dinheiro para o tesouro real.


1509 –1564 – JOÃO CALVINO - LÍDER FRANCÊS DA REFORMA
Calvin é chamado de "o organizador do Protestantismo" porque em seu trabalho pastoral de organizar igrejas evangélicas em Estrasburgo e Geneva, desenvolveu um novo modelo de igreja.
Calvino nasceu no noroeste da França, sendo 25 anos mais jovem que Martinho Lutero. Seu nome real era Jean Cauvin, o qual mudou para "Calvin" anos mais tarde. Sendo estudioso, adotou a forma latina Calvinus. Sua cidade natal, Noyon, era um importante e antigo centro da Igreja Católica Romana, tanto que um bispo morava lá e a vida da cidade praticamente girava em torno da catedral.
João Calvino era oriundo de uma família de classe média. Gerard, seu pai, depois de servir à Igreja Romana em várias funções, inclusive como escrivão, veio a ser o secretário do próprio bispo. Assim, o jovem Calvino crescia fortemente ligado aos assuntos da igreja.
Afim de capacitar seu filho a alcançar uma posição de importância na Igreja, o pai de Calvino investiu na melhor educação possível, tanto que aos catorze anos de idade Calvino entrou para a Universidade de Paris, que era o centro intelectual da Europa Ocidental. Lá ele freqüentou o Colégio de Mantaigu, a mesma instituição na qual Erasmo estudou uns trinta anos antes. Embora Calvino se dedicasse a uma carreira similar em teologia, por diversos motivos sua formação tomou um rumo inesperado. Primeiro devido ao novo aprendizado do Renascimento, o Humanismo, que estava travando uma bem sucedida batalha contra o escolasticismo, a velha teologia católica da antiga Idade Média. Calvino se deparou com este novo aprendizado através de outros estudantes e foi rapidamente ganho por estas idéias. Em segundo lugar, inciava-se em Paris um forte movimento para reforma da Igreja, liderado por Jacques Lefèvre d Etaples (1455-1536). E Calvino se tornou um amigo íntimo de alguns dos alunos de Lefèvre. O terceiro motivo está ligado ás obras e idéias de Martinho Lutero que estavam circulado em Paris por algum tempo, causando uma agitação moderada; sem dúvida, Calvino se familiarizou com elas durante os anos de estudante.
Por fim, o pai de Calvino teve uma discussão com os oficiais da igreja em Noyon, incluindo o bispo. Em 1528, assim que Calvino obteve o seu grau de mestre de artes, seu pai lhe disse para deixar a teologia e estudar as leis. Sem se opor Calvino se mudou para a escola de leis em Orleans. Ali ele se dedicou ao estudo das leis, sendo elogiado por sua maestria na matéria. Com freqüência, dava aulas pelos professores ausentes.
Depois de três anos de estudo em Orleans, Bourges e Paris, conseguiu o seu doutorado e licença em leis. Durante esse percurso aprendeu grego e mergulhou nos estudos clássicos, que eram de grande interesse dos humanistas contemporâneos. Ligou-se a um grupo de estudantes que discordavam dos ensinos e práticas do Catolicismo Romano.
Em 1531, com a morte do pai de Calvino, ele se viu livre para escolher a carreira que iria prosseguir e não vacilou, optando por teologia. Excitado e desafiado pelo novo aprendizado, mudou para Paris para se dedicar a uma vida e de pastoreio.
Em 1536 ele publicou a primeira versão de “Institutas da Religião Cristã”, um resumo sistemático da teologia da Reforma. Ao ler este material, o reformador de Genebra Guilherme Farel persuadiu Calvino a ir para aquela cidade afim de auxilia0lo na implantação da Reforma naquele lugar. Lá ele pastoreou a Igreja de St. Pierre e pregava em três cultos por dia. Ainda durante sua estada nesta cidade ele produziu panfletos devocionais, doutrinários e resumos comentados da maior parte dos livros da Bíblia, apesar de ter sofrido com diversas doenças, principalmente enxaquecas.
Apesar de Genebra inicialmente oferecer grande oposição as idéias de Calvino, principalmente por este tentar faze-los ter um viver cotidiano condizente com os ensinos de Cristo, rapidamente sua influência se espalhou pelo solo mais fértil: as escolas. De lá saíam muitas lideranças que reproduziam a confissão de fé Calvinista.
O livro de Calvino que gerou impacto na sociedade na qual viveu, bem como na posteridade foi “As Institutas”, na qual trouxe um resumo bem claro e definido das idéias do protestantismo. Esta obra passaria a ter três volumes, sendo que um deles era dedicado ao Credo apostólico e outro à doutrina da predestinação. Este ensinamento não era uma unanimidade de Calvino, mas de todos os protestantes, porém pelo fato de ele dar uma grande ênfase a esta doutrina, ela ficou com o tempo imaginariamente atrelada a este líder.
A teologia de Calvino consiste em uma compreensão de toda a história da relação homem-Deus. Desde a preexistência de Deus, anterior a tudo, que projetou todas as coisas, que criou anjos e foi traído, que criou o universo, transformou a Terra, e criou o Homem. O qual desde a eternidade ele sabia que iria cair em pecado, querendo ser autônomo, dentre os quais desde a eternidade ele predestinou a muitos para viver a eternidade consigo. Por isto do plano de redenção e da entrega de seu Filho por muitos.
A estes, separados desde a Eternidade, Deus envia o Espírito Santo, levando-os a ter fé em Cristo, e assim serem salvos. O porquê disto não é motivo de estudo de Calvino, que destina a Deus um verdadeiro status de Senhor, de misterioso e misericordioso Soberano, o qual a ninguém revelou o motivo desta atitude, pois por justiça poderia ter condenado a todos, mas por misericórdia salvou a muitos.
Calvino lutava, em seus ensinos, contras as doutrinas Católicas da salvação pelas obras afirmando a soberania de Deus, mostrando que ele como Deus não pode nem deve ser enganado. Ele não cansou de afirmar: “Você não pode manipular Deus ou torna-lo seu devedor. É Ele que o Salva; pois você não pode fazer isso por si mesmo.”
Porém ele não deixava de afirmar em seus enérgicos ensinos que os crentes deveriam demonstrar sua salvação através de suas atitudes. No quarto volume das Institutas, Calvino dedicou-se a organizar a vida prática da igreja através da organização eclesiástica voltada ao presbitério e à santidade.

1540 – IGREJA CATÓLICA APROVA ORDEM DOS JESUÍTAS.
Conjuntura:
- Igreja Católica caindo em descrença pela sua frouxidão moral prática;
- Crescimento do protestantismo;
Fundador:
- Inácio de Loyola, que havia sido um soldado espanhol e ficara um bom tempo s convalescendo, ao ler um livro sobre a vida dos santos inicia uma busca interior por Deus dentro de sua alma. E torna-se uma mistura de soldado e monge, auto abnegado e devoto.
- Escreveu o livro “Exercícios Espirituais”, que trata-se de um manual devocional com alguns passos para se encontrar a Deus.
- Uma espiritualidade profunda e uma obediência leal a Igreja Romana: Estes ensinos de Loyola foram a base da Companhia de Jesus, Ordem que veio a ser criada.
A Companhia:
- A finalidade da Companhia de Jesus é a Evangelização e a Educação.
- Logo haviam missões jesuíticas em vários países.
- O papa Paulo III percebeu o quanto uma ordem deste porte, com ênfase na mensagem de Cristo e na evangelização poderia ajudar a conter a onda protestante.
- Enquanto o conflito com os protestantes acirrava-se na Europa, os jesuítas partiam para o exterior, levando missões ao Japão, Brasil, Índia e Etiópia por exemplo.

1545 – CONCÍLIO DE TENTO: O INÍCIO DA CONTRA-REFORMA
Conjuntura:
- Igreja Romana perdendo espaço na Europa frente ao protestantismo.
- Sacerdotes mundanos.
Convocador:
- Papa Paulo III. Ele convocou uma equipe de cardeais para lhe fazer um relatório da situação da Igreja. As constatações foram catastróficas.
Decisões:
- Término das Indulgências.
- Solicitação ao Clero de evitar até mesmo as menores falhas.
- Reafirmou os 7 sacramentos como indispensáveis para a salvação. Em detrimento aos dois 2 sacramentos protestantes.
- Reafirmou a transubstanciação.
- Reafirmou a missa em Latim.
- Reafirmou que a única interpretação das Escrituras válida era a feita pela Igreja. Rejeitando inclusive a impressão da Bíblia nas línguas locais.
- Por fim, as reformas deste concílio ainda separaram mais as idéias católicas das protestantes.


1514 – 1572 – JOHN KNOX: REFORMADOR ESCOCÊS

Knox nasceu em East Lothian na Escócia. Era filho de um fazendeiro de classe média. Depois da escola em Haddington, Knox frequentou a Universidade St. Andrews, onde foi aluno de John Mair, um dos líderes dos estudiosos escoceses daqueles dias que era um forte defensor das idéias dos concílios para a administração da Igreja.
Após formar-se, ele foi ordenado padre na Igreja Católica (1536) e por causa de estudo das leis se tornou um escrivão papal (1540). Ao mesmo tempo, enquanto trabalhava como tutor dos filhos de alguns proprietários de terra, teve contato com várias famílias protestantes.
Não sabemos nem como e nem quando Knox se tornou um protestante, pois nunca revelou nada sobre sua conversão, mas, aos que parece que foi por volta de 1545. Naqueles dias, um homem chamado George Wishart, um escocês que tinha passado algum tempo na Suíça e Inglaterra, retornou a sua terra natal onde começou a pregar o evangelho. Em janeiro de 1545, depois de pregar em outros lugares, foi para East Lothian onde Knox trabalhou como seu guarda-costas. Apesar da aceitação de Wishart pelas famílias locais, ele foi preso pelo conde de Bothwell e levado para St. Andrews, onde, depois de ser julgado diante do Cardeal Beaton, foi queimado num poste como um herege em março de 1546.
Assim que começo a pregar a fé protestante na Escócia Knox foi aprisionado e passou 19 meses como escravo de franceses. Após isto, conseguindo escapar pastoreou durante 5 anos uma igreja na Inglaterra e depois ficou outros 5 anos na suíça, onde muito aprendeu e cresceu com a teologia de Calvino e outros.
Após isto, em 1559 ele retornou para a escócia, onde permaneceu até a morte pregando incansavelmente. A pregação de Knox logo via seu resultado, pois em 1560 o parlamento escocês adotou uma profissão de fé calvinista e deliberou que o papa não tinha jurisdição sobre a escócia, além de proibir as missas.
Knox e seus apoiadores escreveram o “Livro da Disciplina” que era um verdadeiro manual de organização e prática da igreja, em moldes presbiterianos, além de dar incentivo a criação de escolas e universidade públicas.

1572 – MASSACRE DO DIA DE SÃO BARTOLOMEU.
Conjuntura:
- A França estava divida entre protestantes e católicos, os protestantes eram chamados de huguenotes;
- Em 1555 já haviam na França cerca de 400 mil huguenotes espalhados em mais de 2000 igrejas;
- A rainha Catarina de Médici era católica e via ampla oposição nos líderes huguenotes.
O massacre:
- Em 24 de agosto de 1572, as quatro da manhã a rainha deu ordem aos seus soldados e a assassinos contratados para que matassem os principais líderes huguenotes de Paris. Estes eram homens do comércio.
- Logo pela manhã, em meio a grande confusão gerada por esta decisão a população católica (maioria) pobre foi mobilizada contra os huguenotes e o massacre cresceu em proporções;
- Durante dias estas pessoas foram perseguidas e assassinadas em toda a França. Historiadores falam entre 20 e 100 mil mortos naqueles dias.